Tuesday, December 30, 2008

dia 31.

2008 passou como um tufão. foi um ano de experiências novas e de erros grotescos que me fizeram amadurecer muito a forma de enxergar a vida. não penso que sou melhor ou pior do que outras pessoas por conta das coisas que passei, me sinto bem por ter aprendido, e isso me basta.

me doei por coisas que não acreditava, mas triunfei colhendo os frutos da plantação. o sacrifício hoje é visto e vivido como glória. a distância de casa ao mesmo tempo me faz ser forte, mas me faz ver o quão importante cada um da minha família é, me faz ver como devo dar valor à cada um do meu cotidiano, e que mudar nem sempre é a melhor solução.

viro o ano fazendo uma das coisas que mais sonhei. sair do país e ter a oportunidade de criar um mundo novo. vejo então que não há mundo melhor do que o que eu construí. os amigos, a fé, as atitudes, e a minha rotina desregulada. agradeço à Deus por ser quem eu sou e ter o que eu tenho. e, apesar de estar feliz onde estou, conto os dias para voltar para o meu mundo simples, lindo e puro.

não, não ache que eu tenho a arrogância de me achar perfeito. apenas me sinto feliz e me orgulho, gosto do que tenho. você não tem que sonhar em conquistar o que eu conquistei, mas conquistar os teus sonhos, as tuas vontades.

busque um 2009 cheio de conquistas e sonhos seus, não dos outros. porque, no final, quem tem que deitar, fechar os olhos, e pensar sozinho nos resultados é você.

um feliz ano novo.

Sunday, December 28, 2008

nômades

hoje eu me encuquei. estava no trabalho, fazendo as mesmas coisas de sempre, quando um dos mexicanos que trabalham comigo disse que partiria daqui por conta do baixo salário que está recebendo. de fato, a crise chegou até nas cidadezinhas do interior, onde fazer hora extra era hábito, se tornou praticamente um crime. outro que me surpreendeu foi um americano nativo. o cara tá tão preocupado com a crise que passou o dia inteiro pensando no que fazer caso perca o emprego.

a crise que para mim estava tão distante, tá do meu lado! e eu pensando em gastar mais dinheiro ainda, haha, doce ilusão.

enfim, não era disso que eu vinha falar. este mesmo mexicano, que falou em partir, fez parte de uma outra conversa muito estranha. me disse que não sabia mais se era casado. deixou a mulher e dois filhos no méxico há 6 anos atrás e nunca mais voltou. manda dinheiro para eles todo mês, mas nào sabe como realmente estão. ao mesmo tempo um ato de bravura, de tristeza e solidão. bravo por ter a coragem de deixar tudo para trás para lutar pela qualidade de vida da sua família. triste por ter de viver só e não poder voltar.

quando ele me falou em partir, de imediato perguntei se seria para o méxico, para reencontrar sua família. de pronto me disse que não, que iria para atlanta ou michigan. céus, é assim tão fácil ficar longe da própria família? não tive coragem de perguntar, mexicanos são meio brutos quando irritados, e eu não quis correr o risco. eu não acho fácil. apesar de todas as maravilhas que ando vivendo, sinto muita falta de casa. do meu cotidiano, do mundinho que eu construí e vivi.

sinceramente, morro de medo de sair numa dessas aventuras de passar alguns meses fora e achar que a vida por aqui é melhor. que fique bem claro que isso aqui é turismo, e que o mundo real me espera lá em casa!

Thursday, December 25, 2008

pura balela

essa história de que quando se viaja se consegue se desligar da vida que é vivida. quando se vive intensamente e se ama o que se tem, não tem como esquecer. quando se dá valor ã tudo o que já foi conquistado e todos os projetos que hão de ser consumados, não é possível simplismente deixar de lado. não pra mim.

nos meus curtos vinte e um anos de idade construí algo de que me orgulho. algo que ainda precisa de infinitos retoques, de diferentes olhares e ângulos, de mais maturidade, mas que é meu. cada segundo aqui me amadurece, mas é temporário. é lindo saber de onde eu venho, o que eu sou e para onde vou voltar. saber quais são os meus desejos e projetos para o futuro. tudo aqui é muito bom, com excessão das comidas, do branco eterno trazido pela neve e alguns outros inconvenientes que não minimizam o prazer de se estar aqui. mas o que me faz sentir melhor ainda e cada dia mais seguro, é o fato de que eu sei o que será feito ao retornar. talvez não da forma como eu penso hoje, devido às lições que ainda vou aprender por aqui. tomara que de uma forma bem mais madura e apurada, por meio dos aprendizados que espero ter. o fato é que eu ainda tenho os mesmos sonhos, os mesmos desejos e as mesmas vontades, eu não mudei. sinto falta das mesmas pessoas, que tanto tempo levaram para me encantar....

quando eu voltar só quero ver todos que fazem parte da minha vida e, assim que terminar de matar a saudade de tudo, tocar a vida em diante. mas, antes disso, quero continuar saboreando cada dia desse corre corre que me ensina sempre mais.